quarta-feira, 16 de março de 2011

Oportunidade de bolsa para aprender inglês no IBEU-RJ

INSCRIÇÕES GRATUITAS: ALUNOS DA REDE PÚBLICA DO RIO

Que inglês é fundamental, todo mundo sabe. Mas, nem todos sabem que alunos da rede pública de ensino podem aprender inglês gratuitamente no Ibeu.
Fruto de uma parceria entre o Ibeu e a Embaixada dos Estados Unidos, o Programa Access tem o objetivo de proporcionar a alunos da rede pública do Rio de Janeiro a oportunidade de aprender Inglês, facilitando seu acesso à educação superior e/ou a uma melhor colocação no mercado de trabalho.
O IBEU oferecerá gratuitamente o Programa Access para 92 jovens da rede pública. Os alunos devem ter entre 14 e 18 anos, excelente rendimento escolar, e estarem no 9º ano do ensino fundamental ou ensino médio. Os alunos receberão os livros e ajuda de custo para passagens.  As inscrições vão até 18 de março nas filiais Copacabana, Tijuca 1 e Botafogo.
As aulas têm duração de duas horas e acontecerão duas vezes por semana. Além disso, haverá mais um encontro de quatro horas, uma sexta-feira por mês. Já em julho de 2011 e 2012, o curso será intensivo, com encontros durante quatro dias, com cinco horas de duração.
Para se inscrever, o aluno que estiver dentro do perfil acima deverá comparecer no ato de inscrição levando os seguintes documentos:
• Uma foto 3×4;
• Comprovante de rendimentos do responsável;
• Boletim de 2010 e carta de recomendação da Diretora da escola que frequenta;
• Preencher a ficha de inscrição informando melhores dias e horários para as aulas e fazer uma redação;
• Comprometer-se a frequentar o curso durante os dois anos do Programa.
Para mais informações, o IBEU disponibiliza os telefones das filiais Copacabana (21) 2548-8430, Tijuca 1 (21) 2254-3133, Botafogo (21) 2552-8299, além de (21) 3816-9459 e 3816-9448.

quinta-feira, 10 de março de 2011

O melhor momento para estudar fora

Não deixe de ler a excelente reportagem que a IstoÉ publicou nesse mês. Andreza, nossa coordenadora nacional do EducationUSA, deu entrevista à IstoÉ sobre estudos nos Estados Unidos e falou também sobre o processo de candidatura.


Mais de 200 mil brasileiros de todas as idades devem deixar o País em busca de educação em escolas estrangeiras este ano. Com o real forte, o caminho está aberto para aspirações de todos os gostos e bolsos

Claudia Jordão e João Loes
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HARVARD VERDE-AMARELA
Grupo de brasileiros na emblemática universidade americana. O paulistano
Henrique Flory (no fundo, o terceiro da esq. para a dir.) cursa pós em administração
pública. Mariana Simões (na frente, a terceira da esq. para a dir.), de Fortaleza,
faz mestrado em ciência e prática da prevenção
 
Passar uma temporada de estudos no Exterior é o sonho dourado de muitos brasileiros. Independentemente da faixa etária e das aspirações envolvidas. Pais acalentam proporcionar aos filhos adolescentes a oportunidade de cursar parte do ensino médio fora, vivenciando outra cultura e afiando uma segunda língua para o cada vez mais concorrido mercado de trabalho. Jovens recém-chegados à maioridade mergulham em testes, formulários e seleções disputadíssimas para obter a chance de se sentar nos bancos de universidades centenárias. Profissionais estabelecidos dão uma pausa na rotina para aprimorar o currículo em pós-graduações ou MBAs. E pessoas de todas as idades se deliciam com o cardápio de cursos livres que salpicam pelo mundo, numa democracia de datas, durações e temas. Os anseios são muitos, mas, até há pouco tempo, só alguns privilegiados conseguiam realizá-los. Pois bem, isso mudou. Estudar no Exterior deixou o terreno da fantasia distante e passou a ser a doce realidade de muitas pessoas, graças ao real fortalecido em relação às outras moedas, principalmente ao dólar.
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EFERVESCÊNCIA
Victor Bicalho se formou em matemática aplicada
e economia em Harvard. Na época em que
morava no campus, o colega Mark Zuckerberg criou o Facebook

“A moeda forte amplia os horizontes de quem busca o intercâmbio”, diz Samir Zaveri, coordenador da Feira de Intercâmbio e Cursos no Exterior. Hoje em dia, por exemplo, é comum uma família gastar mais para manter um filho estudando numa escola de primeiro time no Brasil do que no Exterior – especialmente se o curso for high school, equivalente ao ensino médio nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo que se investe alto aqui em escolas particulares, transporte, material didático e demais despesas, quem faz high school na América só paga passagem aérea e infraestrutura, pois escritórios especializados encontram colégio e casa para o estrangeiro e assumem a responsabilidade pela papelada necessária. Um ano nos Estados Unidos sai por US$ 7,5 mil, pouco mais de R$ 12,5 mil, fora o transporte aéreo. 

Tal cenário fez o número de brasileiros que vão estudar fora subir 15% em um ano. Segundo dados da Feira de Intercâmbio e Cursos no Exterior, em 2010 foram 193 mil. E, em 2011, devemos romper a barreira dos 200 mil.
O principal destino continua sendo os Estados Unidos, por conta da relevância do inglês e do número de parcerias firmadas entre instituições nacionais e americanas. De acordo com o relatório anual “Open Doors 2010”, 8.786 brasileiros estão matriculados lá em escolas de ensino superior, cursando graduação, pós ou inglês. O segundo principal destino é a França. O país europeu mantém 631 convênios com universidades brasileiras e recebeu 2,9 mil alunos nos níveis de graduação e pós só no ano passado. ISTOÉ fez um levantamento de tudo o que é necessário saber para aproveitar esse bom momento e programar uma temporada de estudos no Exterior – quanto custa, quando ir, melhores cursos e instituições e a alternativa das bolsas de estudo, entre outras orientações.
DE MALAS PRONTAS
Letícia Gerola vai fazer seis meses
de high school no Canadá
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O caminho é trabalhoso e cansativo, mas profundamente recompensador. Que o diga o matemático mineiro Victor Bicalho, 27 anos. Ao terminar o ensino médio, ele deixou de lado os livros do vestibular para se candidatar a uma vaga em uma universidade americana, inspirado pelo pai médico, estudante de pós-graduação nos Estados Unidos, e pela lembrança de um curso livre de inglês que fez durante a adolescência na Inglaterra. Excelente aluno, determinado, não só conseguiu uma vaga em uma faculdade americana como alcançou o olimpo: entrou na lendária Harvard, uma das mais conceituadas instituições de ensino do mundo, onde permaneceu de 2002 a 2006. Hoje, formado em economia e matemática aplicada e trabalhando em um escritório de investimentos imobiliários em São Paulo, Bicalho tem a sensação de que a estada em terras estrangeiras o fez crescer como nunca. “Harvard é uma efervescência, lá as coisas acontecem”, diz o mineiro, que presenciou, por exemplo, o nascimento da rede de relacionamentos Facebook, pelas mãos do colega Mark Zuckerberg, em 2004.
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MÃO NA MASSA 
Marina Marques estagiou em
restaurantes italianos com estrelas no “Guia
Michelin”. Hoje trabalha com o premiado Alex Atala

Por mais que o real esteja valorizado, estudar no Exterior continua sendo um alto investimento. Por isso, é fundamental escolher muito bem o que fazer e para onde ir. O paulistano Henrique Flory, 42 anos, que faz mestrado em administração pública em Harvard, tem uma tese interessante. Para ele, na hora de decidir por um curso e por uma instituição é preciso avaliar os três “Cs”. Ou seja, quanto a experiência lhe trará em conhecimento, contatos e credibilidade. “Harvard oferece os três ‘Cs’” em profusão”, diz ele, entre uma aula e outra, no campus da universidade, em Cambridge, onde divide a mesma sala de aula com personagens relevantes do cenário mundial como Vasil Sikharulidze, ex-ministro da Defesa da Geórgia, e Violet Gonda, considerada a voz da resistência contra o ditador do Zimbábue, Robert Mugabe. 

O aluno que viaja para o Exterior para fazer um curso superior deve, no entanto, estar atento para a revalidação de seu diploma internacional. No caso específico do ensino médio (high ­school), ela é burocrática, porém garantida. Por essas e outras, fazer high school continua sendo uma excelente oportunidade para aprender outra língua e experimentar outra cultura. O paulistano Leonardo Pedro Perrelli Faria, 17 anos, escolheu a Inglaterra e passou dez meses do ano passado na cidade britânica de Worthing. Além do inglês impecável, conquistou autoconfiança e muitas amizades. “Nos feriados e nas férias, eu aproveitava para viajar”, diz ele, que visitou a França, Dinamarca, Suécia, Holanda, Bélgica, Alemanha, Escócia e as Ilhas Canárias. Quando voltou para o Brasil, Faria constatou que tinha melhorado muito em matérias que antes pouco lhe interessavam. “Em história, por exemplo, comecei a tirar nota oito e nove, coisa que nunca tinha acontecido”, diz. Segundo ele, o enfoque e o rigor britânico com a disciplina foram fundamentais para a mudança. “Pretendo cursar parte da faculdade de administração que vou fazer em uma instituição inglesa”, planeja o estudante, confirmando uma tendência apontada por especialistas: quem vai para o Exterior no ensino médio costuma voltar na época do ensino superior.
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São histórias assim que empolgam outros brasileiros a arrumar as malas. A paulistana Letícia Gerola, 16 anos, está ansiosa para passar seis meses na Belleville High School, em Toronto, no Canadá. O embarque está previsto para o final de julho e ela deve começar os estudos já em agosto, início do ano letivo no Hemisfério Norte. A jovem será a primeira dos três irmãos da família Gerola a fazer intercâmbio. “Quero ganhar fluência no inglês e ter mais independência”, diz ela, que ficará em uma casa de família canadense. Os pais se dividem entre a felicidade de poder mandar a primogênita para uma experiência tão rica e a antecipação da saudade. “Se o dólar estivesse alto, não poderíamos bancar a viagem”, reconhece a fisioterapeuta Aparecida de Oliveira, que nunca passou mais de 15 dias distante da filha. Nos últimos cinco anos, o Canadá tem atraído cada vez mais estudantes do ensino médio porque, ao contrário dos EUA, permite que os intercambistas escolham em qual escola estudar e com qual família morar.
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NOVOS RUMOS
O intercâmbio de Stephan Hardt duraria seis
meses. Ele ficou 18, se formou em administração
da engenharia e garantiu emprego

Outra modalidade que cresce é a graduação parcial, em que o aluno matriculado numa universidade brasileira passa uma temporada de estudos numa instituição estrangeira. Para isso, é bom que as escolas envolvidas tenham algum tipo de acordo – assim os créditos do estudante que viaja são com mais facilidade revalidados na volta. Geralmente, quando o brasileiro deixa sua vaga na universidade nacional em aberto, ela é preenchida por um estrangeiro – do mesmo curso e instituição. “É o que chamamos de intercâmbio real”, diz Anelise Hoffman, coordenadora do núcleo de intercâmbios da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Nesse mercado há duas décadas, a especialista diz que o setor vive um boom desde 2001 e que ainda são poucas as universidades brasileiras com parcerias no Exterior. Mas quem vai não se arrepende. “Foi uma experiência que mudou os rumos da minha vida”, diz o engenheiro paranaense Stephan Hardt, 23 anos. Aos 20, quando fazia engenharia de produção na PUC do Paraná, ele se candidatou a uma vaga para intercâmbio na Universidade St. Mary, em San Antonio, no Texas (EUA). A ideia inicial, de passar seis meses, logo virou uma estada de um ano e meio e garantiu a Hardt o diploma internacional de administração da engenharia, reconhecido no Brasil. Ainda lá, atento às oportunidades, ele garantiu um estágio e posteriormente um emprego na Brenntag, líder mundial em distribuição de derivados químicos. “Tive que trancar a PUC-PR, mas, com o tempo, volto ao Brasil e concluo o curso de engenharia de produção.” Com isso, o paranaense terá dois diplomas, especialização reconhecida em duas áreas e liberdade para escolher se quer continuar trabalhando nos EUA ou voltar para o Brasil.
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CRESCIMENTO 
Em dez meses de high school na Inglaterra,
Leonardo Faria aperfeiçoou o inglês e conheceu oito países

Mas não são necessárias mudanças tão radicais para desfrutar de uma transformadora experiência estrangeira. Para quem não quer – ou não pode – programar viagens longas, a melhor opção são os cursos livres. Eles são mais despretensiosos, não envolvem esquema burocrático de matrícula nem disputa acirrada por vagas. E, melhor: há sempre uma oportunidade para todas as faixas etárias, níveis acadêmicos e gostos. “O mais popular continua sendo o de idiomas”, explica Samuel Lloyd, coordenador do Student Travel Bureau, uma das maiores organizações internacionais de viagens educacionais. “Mas é possível combinar o país que se quer com o que se pretende estudar”, diz. Em 2010, a cozinheira paulistana Marina Marques, 23 anos, passou seis meses na Itália fazendo gastronomia. “Os quatro meses de prática foram sensacionais”, lembra ela, que trabalhou em dois restaurantes, ambos com estrelas no “Guia Michelin”, o mais rigoroso do mundo. “Esse é o tipo de experiência que faz a diferença na hora de procurar um emprego”, reconhece. Pela empreitada internacional, Marina desembolsou 8,6 mil euros (R$ 19,6 mil). Valeu a pena. Hoje ela trabalha no Dalva e Dito, restaurante do brasileiro Alex Atala, um dos 20 chefs mais influentes do mundo, que também está à frente do badalado D.O.M., em São Paulo.
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EXCELÊNCIA 
Alunos do MBA da Universidade Columbia, Leão Carvalho e Everton Silva 
passaram por disputada peneira para chegar aonde estão

As oportunidades são tantas e tão boas que é possível viajar e trabalhar – uma maneira de viver a experiência do intercâmbio, aprender uma língua e experimentar uma atividade, sem estourar o orçamento. Em 2009, a psicóloga carioca Andréa Carolina Lima, 23 anos, foi contratada por três meses pela Disney, em Orlando, na Flórida. Lá ela atuou como uma espécie de faz-tudo, realizando tarefas que iam da faxina a guia de turismo, trabalho pelo qual recebia cerca de US$ 200 (R$ 332) semanais. Com o dinheiro, bancou as próprias despesas e ainda conseguiu fazer uma viagem de uma semana para Nova York, antes de voltar para o Brasil. “Morava com outras seis meninas e conheci gente do mundo todo”, lembra ela, que, antes de começar a desempenhar suas funções, fez um curso de imersão na cultura da Disney, uma das empresas de entretenimento mais bem-sucedidas do mundo, que contrata dezenas de estudantes brasileiros anualmente.
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Se estudar fora ainda parece difícil – é preciso desembolsar mais de US$ 20 mil (R$ 33,2 mil) para um ano de curso superior nos Estados Unidos, por exemplo –, há muitas oportunidades de bolsas de estudo em escolas de excelência acadêmica, que são oferecidas pelas próprias instituições de ensino nos Estados Unidos e na Europa e por fundações no Brasil e no Exterior.
“Se o aluno estrangeiro tiver as credenciais exigidas, é possível estudar em uma universidade da Ivy League (liga das oito universidades americanas de maior prestígio científico), sem colocar a mão no bolso”, diz Andreza Martins, da EducationUSA, escritório do governo americano no Brasil para assuntos de educação. A estudante Mariana Simões, 27 anos, entrou em Harvard graças a uma bolsa da Fundação Lemann e outra da própria universidade. “Estudar aqui era o sonho da minha vida”, diz ela. Para chegar lá, foi preciso foco. Mariana prestou as melhores faculdades do País – é formada em psicologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) –, fez iniciação científica, participou de projetos de pesquisa, foi a congressos, realizou trabalhos voluntários e manteve alto nível acadêmico. Tudo para pavimentar a estrada rumo a Cambridge.
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EXPERIÊNCIA
Andréa Lima trabalhou de faxineira a guia
em seu estágio remunerado na Disney.
Gostou tanto que quer voltar

Também há empresas que bancam o curso de seus funcionários. O administrador André Pedriali, 27 anos, faz MBA na Universidade Columbia, em Nova York, há pouco mais de um ano, com o patrocínio da instituição financeira em que trabalha. “Desde que cheguei, já acompanhei palestras do ex-presidente Bill Clinton, do investidor Warren Buffett e do dono da Microsoft, Bill Gates”, conta Pedriali. Aulas de logística com profissionais do alto escalão de empresas como Walmart, Microsoft e Saks Fifth Avenue também são comuns. “Você circula pelos corredores e esbarra com autoridades internacionais das mais variadas áreas”, diz Everton Silva, outro aluno do MBA da Columbia. “E, além de tudo, temos a vantagem de estar em Nova York, onde tudo acontece antes”, lembra Leão Roberto Carvalho, 27 anos. Pago, subsidiado ou remunerado, o intercâmbio vale a pena. Com a influência brasileira em ascensão no mundo, novas parcerias surgem com rapidez e destinos inusitados passam a figurar entre as opções de quem busca uma experiência internacional. Organizar uma viagem desse porte é trabalhoso, mas as recompensas são incalculáveis. Já escolheu o seu destino?

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Retirado de Istoe.com.br

Praticar esporte rende bolsa de estudo nos EUA

Talento e muito treino proporcionam a atletas brasileiros oportunidade de cursar uma graduação em universidades norte-americanas.

Estudar e praticar – a sério – um esporte nem sempre são tarefas simples de conciliar. Nos Estados Unidos, no entanto, é uma rotina comum e incentivada por faculdades, que dão bolsas para atletas com boas notas frequentarem suas instituições e competirem por elas nas ligas esportivas acadêmicas daquele país. A boa notícia é que elas podem ser distribuídas para alunos estrangeiros, e atletas amadores brasileiros estão aproveitando seus talentos e anos de treino para conseguir uma vaga em curso superior nos EUA.

A jovem de 19 anos Paula Maraschin Furtado Martins, de Niterói, no Rio de Janeiro, joga vôlei pela Northern State University, no estado de Dacota do Sul, desde julho do ano passado. Por integrar o time da instituição, recebe uma bolsa de 100% para cursar relações internacionais.

A estudante e atleta se interessou pela possibilidade de estudar no exterior e pagar pela faculdade praticando o esporte que gosta porque algumas jogadoras do mesmo clube onde Paula atuava até embarcar para os EUA, o Niterói Volei Clube, tinham feito o mesmo em anos anteriores e contavam que era uma experiência vantajosa. Os técnicos também incentivavam a prática.

“Vale muito a pena. O que eu mais gosto é o fato de estar em um lugar com uma cultura totalmente diferente, pessoas novas, aprendendo uma outra língua e, além de tudo, jogando vôlei”, conta.

Para se candidatar ao benefício é preciso praticar um esporte em nível competitivo, mas não profissional. O atleta não pode ter recebido para jogar, pela regra das universidades americanas. “Eles consideram que dar uma bolsa a um profissional é uma covardia com o atleta amador”, explica Gilberto Junior, que passou por duas faculdades jogando futebol entre 2005 e 2008.

Antes de embarcar, o carioca agora com 30 anos e funcionário da área de suprimentos de uma empresa que desenvolve projetos de engenharia para a Petrobras, era integrante das categorias de base do clube América, do Rio. “Tive sorte de não ter chegado a ser profissional por aqui. Assim, o futebol me deu a melhor coisa que fiz na minha vida”, avalia o agora ex-jogador.

Além das práticas esportivas, há exigências acadêmicas para obter bolsas de graduação nos EUA. A principal delas é ter terminado o ensino médio com boas notas. Thaïs Burmeister Pires, gerente do Centro de Orientação EducationUSA-Alumni, explica que as universidades convidam alunos que sejam bons na quadra e na sala de aula. “Quanto melhor aluno e atleta o jovem for, mais chances terá de conseguir bolsas maiores em instituições melhores”, explica a representante no Brasil da rede global afiliada à seção de Educação e Cultura do Departamento de Estado dos EUA.

Os técnicos esportivos de faculdades norte-americanas têm um orçamento para bolsas à disposição e podem distribuí-las da maneira que considerarem pertinente

Fluência na língua não é obrigatória
A fluência na língua inglesa é outro aspecto importante na disputa por vagas, mas a falta dela não chega a ser um impeditivo para que um bom atleta possa defender um time de instituição de ensino. Em muitas universidades, é exigido do aluno o teste de proficiência em inglês Toefl e um exame de matemática e inglês cobrado para ingressar em curso superior, o SAT. Mas algumas faculdades menores e menos rígidas aceitam que alunos com pouca habilidade com a língua cursem cadeiras de inglês e de disciplinas em que a conversação não é tão importante para o aprendizado nos primeiros semestres. “Eu não falava nada”, conta Gilberto, que ficou um ano estudando só inglês, educação física e espanhol até conseguir passar no Toefl e começar o curso de graduação para valer.

Experiência não é para tornar atleta profissional
“Se o objetivo do atleta é se tornar profissional, pode desistir de estudar nos EUA”, aconselha Thiago Caffaro, de 25 anos, que frequentou por três anos e meio a New Jersey Institute of Technology, em Nova Jersey, e concluiu o curso de administração em Madri, também com ajuda proporcionada pela performance no futebol. “Só decidi tentar a bolsa quando percebi que não seria profissional”, conta o jovem que treinava no clube São Paulo durante a infância e adolescência.

A grande maioria dos estudantes que cursam uma graduação com bolsa de atleta colhe frutos da experiência na área de estudo, não no esporte. A rotina de treinos durante a faculdade é intensa, mas também é preciso estudar muito, superar a barreira da língua, se adaptar a uma cultura diferente. O foco é na formação completa dos alunos e não prepará-los para serem atletas profissionais. É o que aconteceu com Thiago, que retornou ao Brasil em 2007 e hoje trabalha em uma consultoria. Depois de formado, ele participou de 13 seleções de empresas para trainee e foi aprovado em todas. “A graduação nos EUA com certeza é um diferencial para o mercado de trabalho”, diz.