segunda-feira, 2 de maio de 2011

Dicas para fazer pós-graduação no exterior


Foto: Thinkstock
Planejamento financeiro e pesquisa de cursos são fundamentais para fazer uma especialização fora do País
Marina Morena Costa, iG São Paulo
30/04/2011 06:27


Realizar uma especialização no exterior é um projeto que exige, antes dos estudos, bastante pesquisa e recursos financeiros. O ideal é planejar a experiência com pelo menos um ano de antecedência, pois os processos de inscrição e seleção podem demorar meses.



As universidades estrangeiras exigem exames de proficiência no idioma, cartas de recomendação, um texto pessoal e a descrição do projeto de pesquisa (exigido para cursos de mestrado de algumas universidades). Toda a documentação precisa ser redigida por um tradutor juramentado na língua do país da instituição.



Além das várias estapas burocráticas, os custos para fazer uma pós no exterior também assustam, embora existam várias oportunidades de bolsa para estudantes estrangeiros. Os interessados podem procurá-las sozinhos, entrando em contato diretamente com as universidades, ou procurar a assessoria de agências de intercâmbio educacional, como a STB e a Central de Intercâmbio, e órgãos oficiais como a Education USA e o British Council – instituições dos governos norte-americano e britânico, respectivamente.



Veja os principais passos para fazer uma pós no exterior:



1- Pesquise a universidade e o curso



O primeiro passo é escolher onde você quer estudar, o país, a instituição e o curso. Pesquise nos sites das universidades, mande e-mails pedindo mais informações sobre as formações e sobre as possibilidades de bolsa. Faça uma tabela com os prazos dos cursos interessantes, os documentos necessários e as bolsas.


Estudar no exterior possibilita conhecer pessoas de vários países diferentes

Algumas universidades requerem um pequeno projeto de pesquisa, para quem for fazer mestrado. Neste momento, é importante introduzir o seu tema e mostrar a viabilidade da pesquisa. Mostre que você consegue fazer o que está se propondo.



Envie o projeto para o departamento responsável e veja quem poderá ser seu orientador. Peça palpites e sugestões a ele, para mostrar interesse no departamento. Sempre procure as publicações do chefe do departamento e leia algumas. Provavelmente é ele que irá responder o seu e-mail depois que você enviar o projeto.



Nas agências de intercâmbio, este processo de pesquisa e contato com as universidades é feito pela empresa. “O estudante preenche uma ficha cadastral com o seu perfil acadêmico e financeiro. Nós fazemos uma pesquisa com as nossas universidades parceiras e devolvemos diversas opções de instituições, programas de bolsa e a lista de documentos necessários”, resume Fabiana Fernandes, diretora de produto da Central do Intercâmbio. Pelo trabalho de assessoria e pesquisa, a agência cobra US$ 200 (cerca de R$ 314).





Onde procurar cursos e universidades:



- Academic Ranking of World Universities - ranking de universidades



- The Good University Guides - guia de universidades



- Times Higher Education - ranking de universidades



- The Economist (guia de MBAs) - guia de MBAs



- Financial Times (ranking de MBAs) - guia de MBAs





2- Documentação



As universidades dos Estados Unidos exigem o Toefl, exame de proficiência em inglês. A taxa de inscrição para prestar a avaliação custa US$ 185 (cerca de R$ 290). No Reino Unido, é necessário prestar o Ielts – a inscrição custa R$ 440 e o exame é aplicado em 9 capitais (veja a lista).



Algumas universidades norte-americanas exigem exames de conhecimentos como o GMAT (Graduate Management Admission Test, exame para alunos de cursos da área de business), que custa US$ 250 (R$ 392) e é válido por cinco anos, e o GRE (teste de aptidão para pós-graduação para as demais áreas, que não o MBA), que custa US$ 190 (R$ 298) e também vale por cinco anos.



É preciso que um tradutor juramentado traduza todos os documentos solicitados. Os principais são: atestado de conclusão do curso ou diploma, histórico escolar, possíveis certificados acadêmicos, como iniciação científica e monitoria prestada na universidade.



Algumas instituições exigem que os documentos assinados (diploma e certificados) sejam reconhecidos por um cartório. Neste caso, o estudante precisa perguntar à universidade em qual cartório os assinantes têm firma reconhecida e realizar o processo.



Para algumas instituições pode ser necessário que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) valide os documentos acadêmicos. Neste caso, o estudante deve enviar (ou levar pessoalmente) os documentos a Brasília. É uma forma de o governo brasileiro dizer aos demais países que aquele documento é legítimo. O serviço é gratuito (leia mais no site do MRE).



Após o reconhecimento de firma e a validação do MRE é que os documentos devem ser traduzidos. A tradução juramentada é tabelada e custa R$ 36,90 a lauda (1 mil caracteres sem espaço) para documentos simples e R$ 51,20 a lauda para documentos mais complexos, como textos jurídicos. Muitas vezes o histórico escolar da graduação é considerado um documento complexo e sua tradução pode chegar a R$ 300.



“ Em média, os alunos aplicam para cinco universidades americanas e gastam até R$ 3 mil só com o processo seletivo”

Quem for se inscrever em mais de uma universidade, precisa de cópias dos documentos traduzidos. Neste caso, o tradutor cobrará 20% do valor da tradução do documento para cada cópia solicitada.



A maioria das universidades pede cartas de referências acadêmicas e profissionais. “Escolha um professor ou empregador que te conheça muito bem. Eles devem dar exemplos concretos dos seus feitos e habilidades”, indica Juliana Pasqual, orientadora do centro de orientação Education USA da Associação Alumni.



Se você tiver alguma publicação acadêmica, não hesite e envie junto com a sua aplicação.





3- Custos



Para fazer um curso no exterior é preciso ter uma reserva financeira para bancar os custos entrar na concorrência. Para os EUA, uma candidatura a uma vaga de pós-graduação custa em torno de R$ 800 – considerando uma avaliação do Toefl, R$ 400 gastos em tradução e a taxa média de US$ 100 (R$ 157) por inscrição.



“Em média, os alunos aplicam para cinco universidades e gastam até R$ 3 mil”, conta Juliana. A Education USA promove o programa Oportunidades Acadêmicas, do governo norte-americano, que banca os custos para estudantes de ótimo rendimento acadêmico e baixa renda.



Um curso de pós-graduação nos EUA ou MBA sem bolsa de estudos custa cerca de US$ 40 mil (R$ 62,8 mil) anuais, segundo estimativa da STB. Como a duração varia de um ano e meio a dois, o estudante terá que desembolsar pelo menos R$ 90 mil apenas com os estudos. Com alimentação e moradia, que variam bastante de uma cidade para a outra, estima-se um gasto de R$ 13 mil anuais.



“No Canadá os preços são mais acessíveis. O curso custa 12 mil dólares canadenses (R$ 19,9 mil) ao ano, e alimentação e hospedagem saem por 9 mil dólares canadenses (R$ 15 mil) anuais”, estima Bruno Seixas, gerente de educação superior da STB.



“ Um curso de pós-graduação nos EUA ou MBA sem bolsa de estudos custa US$ 40 mil (R$ 62,8 mil) por ano

Para Austrália e Inglaterra, a agência oferece parcerias com acomodação. Os custos anuais são de aproximadamente 25 mil dólares australianos (R$ 45 mil) e R$ 60 mil para a Inglaterra.



Algumas universidades oferecem programas de imersão no idioma local em parceria com as agências de intercâmbio. Nestes casos, o estudante viaja três meses antes para se ambientar com o idioma e a vida acadêmica.



Praticamente todas as instituições de ensino exigem o pagamento da anuidade (ou do semestre) do curso antes mesmo do aluno viajar. Por isso é preciso se planejar e ter uma reserva para arcar com os custos.





4- Bolsas



As bolsas de estudos, parciais e integrais, representam a melhor forma de acesso às universidades estrangeiras. Os estudantes podem procurar órgãos oficiais, como a Education USA e o British Council, consulados e as próprias universidades para se informar sobre os programas e as modalidades de auxílio financeiro concedidas a estrangeiros. Órgãos que promovem a educação de outros países prestam consultoria gratuita e ajudam os interessados a conseguir uma bolsa com seu perfil.





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Há bolsas de estudo que pagam até a passagem dos estudantes, além de acomodação, anuidade do curso e custos com alimentação, livros e materiais didáticos. No entanto, o benefício é concedido a alunos com potencial acadêmico brilhante e baixa renda.



Para quem não tem um rendimento acadêmico excepcional, nem condições financeiras de arcar com as anuidades dos cursos as agências de turismo indicam o programa norte-americano Idea, que concede bolsas de pós-graduação de 50% a 100% a estudantes estrangeiros. “As mais de 100 universidades participantes não são as ‘tops’, as mais bem conceituadas, como Harvard e MIT, mas oferecem ao aluno a vivência de estudar e morar fora”, diz Fabiana Fernandes, da Central de Intercâmbio.



Em algumas universidades é possível trabalhar no campus, o que ajuda o estudante a se manter nos EUA. Para concorrer ao programa Idea, a agência cobra US$ 2.319 (R$ 3.640) pelo processo de análise acadêmica. Caso o estudante não seja aprovado, o dinheiro é devolvido – exceto US$ 200 gastos com a inscrição e a tradução dos documentos.





Confira os sites de instituições que concedem ou ajudam brasileiros a conseguir bolsas de estudo:



- Fundação Estudar




- Instituto Ling – MBA



- Fundación Carolina



- Comissão Fulbright



- British Council



- Education USA



- Fundação Lemann



- Universia



Quem leva:



- Central de Intercâmbio

www.ci.com.br

(11) 3677-3600

- STB

www.stb.com.br

(11) 3038-1555