terça-feira, 23 de novembro de 2010

Cresce número de brasileiros que estudam em faculdades e universidades dos EUA

Mais estudantes americanos estudam no Brasil
Brasília, 16 de novembro de 2010—Segundo o relatório anual Open Doors 2010 sobre mobilidade acadêmica internacional, publicado pelo Instituto de Educação Internacional (IIE) com apoio do Bureau de Assuntos Educacionais e Culturais do Departamento de Estado dos Estados Unidos, o número de estudantes brasileiros matriculados em instituições americanas de ensino superior em 2009/10 aumentou de 8.767 para 8.786, 0,2% se comparado com o ano anterior. Embora esse seja o quarto ano consecutivo de aumento, essa taxa de crescimento é inferior a do ano anterior. O Brasil agora está em 14o lugar entre os principais países que enviam estudantes aos EUA e é o número um entre os países sul-americanos.
            O relatório Open Doors deste ano revela que o número total de estudantes internacionais em faculdades e universidades nos Estados Unidos aumentou 3%, chegando a 690.923 durante o ano acadêmico 2009/10. Isso representa um número recorde de estudantes internacionais nos Estados Unidos. O crescimento deste ano, foi causado principalmente por um aumento de 30% nas matrículas de estudantes chineses nos Estados Unidos, chegando a quase 128 mil estudantes, ou mais de 18% da população total de estudantes internacionais, fazendo da China o país que mais envia estudantes para os EUA. Estudantes da Índia aumentaram 2%, atingindo um total de quase 105 mil. Os alunos indianos representam 15% dos estudantes internacionais no ensino superior dos EUA.
            O relatório Open Doors 2010 informa que as matrículas de 2009/10 foram afetadas por decisões tomadas em um período de retração econômica nos Estados Unidos e em muitos países do mundo todo. Os dados revelam um cenário complicado de matrículas de estudantes internacionais em faculdades e universidades dos EUA, com padrões de matrícula que variam amplamente segundo o país de origem e o nível acadêmico. Alguns poucos países registraram aumento no número de estudantes, contudo, houve um decréscimo em mais da metade dos 25 países principais, resultando em taxa de crescimento geral mais baixa em relação aos anos anteriores. Cada um dos cinco principais estados americanos anfitriões, Califórnia, Nova York, Texas, Massachusetts e Illinois, tiveram aumento no número de estudantes internacionais que recebem.
De acordo com Adele Ruppe, Conselheira para Assuntos de Imprensa, Educação e Cultura da Embaixada dos EUA em Brasília, “Os Estados Unidos continuam sendo um destino preferido pelos estudantes do Brasil, que querem estudar no exterior por causa da qualidade e prestígio associados a um diploma americano.Nós esperamos que os números continuem a crescer enquanto o ensino da língua inglesa no Brasil aumenta, devido a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 se aproximam. Temos uma forte rede de consultores da EducationUSA no Brasil que promovem ativamente oportunidades de estudo nos EUA, e muitas faculdades e universidades americanas também estão recrutando ativamente estudantes do Brasil”.
Segundo Allan E. Goodman, presidente e diretor executivo do Instituto de Educação Internacional (IIE), com sede em Nova York, “Os Estados Unidos continuam a receber mais estudantes internacionais do que qualquer outro país do mundo”. “O engajamento ativo entre estudantes americanos e internacionais nas salas de aula americanas fornece aos estudantes conhecimentos importantes que lhes permitirão colaborar através de culturas e fronteiras na superação dos desafios globais compartilhados nos anos vindouros”.
O Open Doors 2010 revela que houve aumento de 1% nas matrículas de novos estudantes no último trimestre de 2009 em comparação ao último trimestre de 2008; no entanto, as faculdades e universidades não tiveram a mesma abundância de matrículas de novos estudantes dos últimos 3 anos, que registraram crescimento de dois dígitos. O número total de estudantes internacionais em programas sem titulação cresceu 6%, chegando a 54.803 alunos, no entanto, as matrículas em programas intensivos de inglês sem titulação diminuíram 3%. Isso indica que mais estudantes estão vindo para programas de certificação de períodos mais curtos e intercâmbios, com um número decrescente dos que se matriculam para capacitação em língua inglesa.
O Open Doors também revelou que 2.777 alunos americanos estudaram no Brasil no ano acadêmico de 2008/09, representando um aumento de 2%. O Brasil está entre os principais destinos [19o no mundo] dos americanos que estudam no exterior. O número total de americanos estudando no exterior para crédito acadêmico foi de 260.327 durante o ano acadêmico de 2008/09, comparado com 262.416 no ano anterior, um decréscimo modesto de 0,8%. O relatório revelou que houve aumentos significativos no número de americanos que vão estudar em destinos menos tradicionais. Entre os 25 destinos principais, 15 não eram na Europa Ocidental e 19 eram países onde o inglês não é o idioma principal. Quinze por cento de todos os estudantes americanos no exterior estão na América Latina, representando um aumento de 13% em relação ao ano anterior.
Programas, como o CAPES-FIPSE, intercâmbio entre universidades e entre departamentos, financiados pelo governo brasileiro e o Departamento de Educação dos EUA, plantaram a semente para a continuação de muitos acordos de parcerias fora do programa, aumentando o número de estudantes americanos no país. Com o programa, as universidades brasileiras também melhoraram seus escritórios internacionais para receber mais estudantes do exterior e firmar mais acordos entre universidades. O EducationUSA está realizando uma pesquisa do IIE com as universidades brasileiras que resultará em uma publicação, o Estudo Fora do Brasil, para relacionar o número de parcerias entre universidades brasileiras e americanas que já foram estabelecidas.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Veja como experiências de curta duração nos Estados Unidos podem auxiliar sua escolha e preparação profissional

Pré-graduação
Estudantes brasileiros do ensino médio buscam experiências em universidades internacionais, onde vivem como acadêmicos e testam sua vocação profissional


Rodrigo Capote/Folhapress
Igor Rosiello Zanker, que em julho passado cursou astronomia e matemática em Harvard

JAMES CIMINO
DE SÃO PAULO
Engenharia no ITA, medicina na USP ou astronomia em Harvard? A última opção foi a escolha de Igor Rosiello Zanker, aluno do terceiro ano do ensino médio do colégio Augusto Laranja.
Com apenas 17 anos, Zanker ganhou um prêmio de excelência acadêmica na escola e foi agraciado com um curso de verão de sete semanas, no valor de US$ 11 mil, na conceituada universidade americana.
Esse tipo de curso de pré-graduação, em que estudantes do ensino médio têm uma amostra do que é a vida acadêmica em grandes universidades no exterior, não está disponível só para alunos aplicados como Zanker.
O Centro de Aconselhamento da Associação Alumni oferece orientação e acompanhamento a pais e alunos que queiram ter esse tipo de experiência no exterior.
E há cursos de todo o tipo.
Na Brown Universtity, por exemplo, há cursos on-line, como o "So You Want to be a Doctor?" ("Então você quer ser médico?"), no valor de US$ 2.275, no qual um professor dá esclarecimentos sobre o exercício da profissão.
Também na Brown, há os cursos presenciais, em que o aluno do ensino médio pode analisar a estrutura do DNA, estudar células-tronco, artes, história ou arqueologia.
Enquanto os cursos acontecem, os alunos experimentam outros aspectos da vida acadêmica. Vivem em alojamentos, praticam esportes e têm de seguir as regras dos campi universitários.
Quando viveu no campus de Harvard, Zanker presenciou a expulsão de "todo o terceiro andar" de seu alojamento por consumo de bebida e drogas. Ele mesmo teve uma suspensão por barulho em horário inapropriado.
"Tínhamos que voltar ao alojamento às 21h e não mais sair após esse horário durante três dias. E lá não tem negociação. É punição."
Há também atividades recreativas, como na Columbia University, que oferece passeios turísticos por Nova York, shows de talentos e até concursos de dança.
Segundo Thaïs Burmeister C. Pires, gerente do centro de aconselhamento da Alumni, além dos cursos de férias, ainda há os tradicionais intercâmbios por um período de seis meses a um ano e, também, cursos de aperfeiçoamento da língua inglesa.
Pedro Henrique Ramos Figueiredo, 16, aluno do segundo ano do ensino médio, lapidou seu inglês na University of California Riverside.
Ao contrário de Zanker, que passará pelo processo seletivo de Harvard, Figueiredo quer estudar no Brasil mesmo. "Meu amigo que faz "high school" lá fora me disse que, o conteúdo de matemática deles, ele já tinha visto todo aqui."

PUXADO
Não é essa a impressão do conterrâneo que esteve em Harvard para cursar duas disciplinas: introdução à astronomia e matemática.
Igor Zanker, que se expressa com a desenvoltura de um adulto, participa de olimpíadas de física e é capaz de discorrer sobre a teoria da matéria escura, achou o curso muito difícil.
"Não bastava assistir à aula. Quando vi que teria aulas em apenas três dias da semana, achei que ia ter tempo livre, mas descobri que esse tempo "livre" era gasto fazendo exercícios. Só no curso de matemática, gastava 12 páginas de caderno por aula."

Colaborou TALITA BEDINELLI.


Retirado da edição de 8/11/2010 da Folha de São Paulo